'Superdoador': Voluntário de São José dos Campos já fez mais de 100 doações de sangue
25/11/2024
O Dia Nacional do Doador de Sangue é celebrado nesta segunda (25) . A data foi criada para homenagear as pessoas que ajudam a salvar vidas e para estimular o ato de solidariedade. Arturo e Marcos são voluntários de São José que são ‘campeões’ em doação de sangue e já ajudaram centenas de pacientes
Arquivo pessoal
Segundo o Ministério da Saúde, uma única doação de sangue pode salvar até quatro vidas. Nesta segunda-feira (25), data em que é celebrado o Dia Nacional do Doador de Sangue, o g1 conversou com dois voluntários de São José dos Campos, no interior de SP, que são tidos como ‘superdoadores’. Juntos, eles já realizaram mais de 200 doações de sangue e salvaram centenas de vidas.
O agente de trânsito Marcos Roberto dos Santos, de 44 anos, já fez 115 doações de sangue desde os anos 2000. São 19 doações convencionais e 96 doações de plaquetas por aférese (doação específica de plaquetas).
Ele conta que começou a doar após se alistar no Exército e que depois passou a doar de maneira fixa em São José dos Campos, cidade onde reside.
“A minha primeira doação foi no CTA, quando me alistei, em 1997. O pessoal de Taubaté veio colher doadores em São José dos Campos e pediram voluntários. Eu fui o primeiro a me oferecer. Fiz a doação e gostei, não achei ruim. Quando o pessoal vê a agulha grossa fica com medo, mas não foi dolorido, foi simples”, lembra.
Doador assíduo, ele conta que foi convidado para fazer o tipo de doação exclusiva de plaquetas e que toda vez que é convocado para doar se sente realizado, ainda mais quando vê outras pessoas também contribuindo com esse gesto de solidariedade.
“Quando eu cheguei na 17ª doação, fui convidado a conhecer o sistema de doação de plaquetas, que é um pouco diferente, mas gostei. Passei a ser doador exclusivo de plaquetas. No começo, eu fazia a doação de plaquetas uma vez por mês ou a cada 15 dias. Agora está mais espaçado porque conseguiram mais doadores, mas estou sempre à disposição. Fico feliz quando sou convocado”, disse.
Marcos Roberto dos Santos, de 44 anos, já fez 115 doações de sangue desde os anos 2000.
Arquivo pessoal
Ainda segundo Marcos, a doação de sangue é algo que ele deseja realizar pelo resto da vida, enquanto tiver saúde. Para ele, é gratificante poder ajudar a salvar vidas.
“A doação de sangue demora de quatro a oito minutos dependendo do doador. A de plaquetas é um pouco mais demorada, até 2h30. Mas é gostoso, não nos prejudica em nada. Me sinto bem e feliz quando faço a doação, porque sei que estou ajudando outras pessoas. Não conheço as pessoas, mas sei que a gente ajuda a salvar vidas e isso é muito importante”, contou.
“É muito gratificante. É um dom que Deus nos deu de ajudar o próximo. Pretendo continuar doando, enquanto Deus me permitir e me der saúde. Se eu puder doar até os 100 anos de vida, vou doar”, afirmou.
Arturo Fauricio Escudero Torres, de 55 anos. Ele já fez 82 doações convencionais.
Arquivo pessoal
O outro campeão de doação de sangue em São José é o chileno Arturo Fauricio Escudero Torres, de 55 anos. Ele já fez 82 doações convencionais.
Arturo trabalha no comércio e desde 1993 realiza este gesto solidário. Ele conta que começou a doar pois uma cunhada, que fazia hemodiálise na Santa Casa, sempre precisava de sangue e depois manteve o gesto como uma forma de amor ao próximo.
“Pretendo continuar. Minha meta é pelo menos 100 doações, mas isso é Deus que decidirá. Pretendo continuar, com certeza”, afirmou.
Ao longo dos anos em que realizou a doação, Arturo disse que nunca teve problemas de saúde e que o corpo se adaptou bem ao procedimento. Para ele, poder doar é uma atitude humanitária. Ele doa e ajuda pacientes que necessitam e, em contrapartida, se sente realizado em poder contribuir com o próximo.
“Me sinto bem doando. Nunca tive nenhum problema nas mais de 80 doações. Meu corpo já se acostumou, meu braço se acostumou. É uma alegria para mim saber que eu estou ajudando alguém que precisa de sangue, seja por cirurgia ou acidente. Eu gosto de doar, me sinto bem”, finalizou.
Segundo o Banco de Sangue de São José, o intervalo para fazer a doação de aférese é menor do que uma doação convencional: 2 dias e a pessoa pode fazer até 12 doações por ano. Para realizar a doação de plaquetas, é utilizada uma máquina de aférese. O sangue é retirado, passa pela máquina que separa as plaquetas e devolve os demais componentes (plasma e hemácias) para o doador. O processo leva cerca 1 hora e 20 minutos.
Já na doação convencional, o sangue é coletado e posteriormente separado em hemácias, plasma e plaquetas. Todo o processo leva em torno de 1 hora. Os homens podem doar até quatro vezes por ano, com intervalos de 60 dias. Já as mulheres podem doar até três vezes por ano, com intervalos de 90 dias.
Imagem de arquivo - Doação de sangue
Divulgação/Prefeitura
🩸 Como doar?
A partir desta segunda-feira (25), o Banco de Sangue de São José dos Campos ampliou o horário de atendimento. Agora, as doações poderão ser feitas de segunda a sexta, das 7h às 16h.
Para ser um doador de sangue no Brasil, é preciso ter entre 16 e 69 anos (sendo que a primeira doação deve ser feita antes dos 60 anos), estar em boas condições de saúde e pesar mais de 50kg. Menores de 18 anos podem doar apresentando autorização dos responsáveis.
Para doar pela manhã, a pessoa precisa ter dormido no mínimo 6 horas na noite anterior, não estar em jejum, mas evitar alimentos gordurosos e derivados do leite (recomenda-se tomar café preto, comer pão com geleia ou mel, ou uma fruta antes de doar).
Para quem optar por doar no período da tarde, a orientação é aguardar 2 horas após o almoço. Neste caso, a refeição deve ser leve, com arroz, feijão, grelhados e saladas.
As doações podem ser feitas na Rua Antônio Saes, 425, Centro – São José dos Campos. Para mais informações, requisitos e esclarecer dúvidas, o Banco de Sangue de São José disponibiliza o WhatsApp (12) 98136-0011.
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